segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ondas de uma maré cheia.

       Clara tinha próxima de casa uma lagoa grande e conhecida com campo de futebol e uma calçada imensa. Ela amava esse lugar, pois o vento de lá soprava mais fresco em sua face. Num sábado ensolarado Lara sentiu dentro de si a ausência de algo muito anônimo, e isso lhe desencadeava uma impaciência melancólica de quem está a mercê do destino. Então tomou um banho, se perfumou e resolveu caminhar um pouco, espairecer. Enquanto se aproximava do calçadão ao redor da lagoa Clara olhava a rua, a vida em si, e de novo a ausência. Era como se ela estivesse esquecido de como se vive, como se não pudesse mais ver as coisas como antes, e tudo vindo de uma grande consciência que muitas vezes ela não desejava.